18/11/2013 - 09:06
Por: Claudionor Duarte Corrêa
Rio Paraguai que corre pelas planícies pantaneiras, alagando entre as toneladas de “LIXO” que são deixados ano após ano nas suas margens, levando em seu leito poluído o perigo de morte para a vida latente ali existente..!
Em fim, vou tentar aqui analisar, interpretar e divagar um pouco, na minha sede de vingança utópica que travo guerra particular contra o “LIXO”, que se confunde na dialética alienante sobre a realidade nua e crua do “LIXO” e o Mutirão de Limpeza do Rio Paraguai que foi verbalizado, degladiado na rede de comunicação universal em verso e prosa pelo achismo, os magos do casuísmo a quem possa interessar.
Bem, o Mutirão de Limpeza nada mais é, do que a ideia de uma ação coletiva sugerida por um “nobre Cidadão”, usuário do Rio, percebendo que o “LIXO” largado, abandonado nas margens (Barrancos, praias etc...), pelos inúmeros acampamentos e tablados, resquícios de uma ocupação desordenada sem limites e regras das áreas de APP, a cada ano aumentava mais e mais. No período das chuvas, com as cheias no Pantanal esse “LIXO” fica a deriva flutuando, já no período da seca vai se fixando, parando em qualquer lugar, nas baías, nos coríxos, nas curvas de rios, na verdade o “LIXO” só muda de lugar, leva centenas de anos para se decompor e com isso vai gerando vários impactos ambientais na Ictifauna, e a natureza no seu entorno.
Agora a pergunta que não quer calar, porque esse “LIXO” foi parar ali? Quem levou? De onde veio? A resposta foi, vamos então dar um jeito nisso, vamos fazer um Mutirão de Limpeza, chamar a população responsável num grande evento focado somente na coleta de todo o “LIXO” encontrado às margens do Rio Paraguai nas proximidades da cidade. Sim, a idéia do Mutirão de Limpeza pareceu ótima, desafiante e maluca ao mesmo tempo, porque tirar esse lixo? Ele não é meu, não é seu! Não fomos nós que levamos e deixamos na beira desse rio.
Porém, entretanto, para a concretização de fato e de direito, foi preciso arregimentar um grupo de pessoas envolvidas diretamente com a cadeia produtiva do turismo de pesca no município, a comunidade usuária do rio, pessoas comprometidas com a natureza com “bastante” coragem em uma ação que demandava uma infraestrutura e logística organizacional de grande monta no envolvimento de um “BATALHÂO” de voluntários, na qual resultou nesses 25 anos a manutenção das estratégias operacionais para a realização do mutirão.
O resultado, não é só, uma ação de coletar o “LIXO” dos outros deixados no rio, mas também fazer uma amostragem no final da cada coleta como forma de sensibilizar a população ali presente, pela falta de consciência ambiental do ser humano e respeito pelo Rio, que mata a sua sede, que mata a sua fome, que sacia a sua vontade de lazer e prazer, com certeza através dessa amostragem das toneladas do “LIXO” recolhido, por si só, bastaria para que a sociedade cacerense com seus estudiosos enxergasse os erros cometidos com o rio, e com isso deliberassem demandas futuras entre os seguimentos organizados da sociedade (Clubes de Serviços, Entidades Governamentais, Não Governamentais, Universidades, Faculdades etc...), nas ações de conscientização, preservação desse Patrimônio Natural para a cidade de Cáceres, que é o Rio Paraguai, propondo uma Educação Ambiental que atingisse a todos.
Como aventei a pouco “DEGLADIANDO” na rede, fato esse, que nos leva a divagar, onde estiveram este povo manifestante do “LIXO” esses anos (24 anos), que descrevem com tanta propriedade sobre o “LIXO” e as suas características ambientais futuras para a cidade em uma verdadeira epopéia demagógica!
Logo penso, que todos estes 24 anos retirando toneladas e toneladas de “LIXO”, que são imediatamente conduzidos pelos Caminhões para a sua reciclagem em uma ação social importante, com isso rapidamente ia ficando no esquecimento, como no velho ditado: “Escondemos o lixo atrás da porta ou debaixo do tapete para o visitante não ver...”.
Concluímos então, que neste panorama de divagação utópica x alienante do fato verídico, a decisão mais sábia até o momento foi, após 25 anos de retirar o “LIXO” e esconder para a reciclagem, porque não, colocá-lo em Praça Publica. Essa amostragem ficaria mais realista, sensacionalista, chocante, e porque não vergonhosa? Agora todo mundo sabe, esta na rede mundial, mas com certeza entre “Mortos e Feridos” salvaram-se todos em nome do Rio Paraguai, e as esperanças se renovarão com o desenvolvimento dos Programas e Projetos que estarão sendo agora desenvolvidos o ano todo por um “BATALHÃO” de “Feicianos” e com certeza o Mutirão de Limpeza não será o mesmo, e sim uma ação em comemoração a vida do velho e saudoso Rio Paraguai. Pois é... pra que....
Claudionor Duarte Corrêa
É Guia de Turismo regional